Nunca mais apareci por aqui, por motivos de excesso de trabalho e cansaço. Sabe, o trabalho faz com que você perca inspiração e paciência para fazer aquilo que mais gosta. Querem saber? Não conheço pessoa mais sedentária que eu, mas já fui uma quase-desportista. Alguém adivinha porque parei? Parei por motivos de vestibular. E depois veio cursinho e faculdade. E agora emprego. Que fôlego, han? E que falta de resistência e preparo. Esse é o tipo de mudança que, certamente, você não quer ver rolar em sua vida.
Parei para escrever, apesar do sono e pouca vontade. Primeiro porque isso aqui já está mais parado que casa de Aedes e segundo porque sinto uma espécie de torpor esquisito. Daqueles que te levam ao papel e à caneta mais próximos e sobre os quais vomitamos palavras sem sentido e sentimentos desconexos.
Normalmente eu escrevia no trabalho, quando o caos não estava instalado e quando o cenário parecia mais provável. E qualquer música servia para qualquer tema (só escrevo na base de música). Hoje parece difícil fazer isso no seu apê, sozinha (porque o marido foi comprar remédios) e ouvindo boas músicas.
Já comentei que meu sono anda incomodando o suficiente para eu desejar não tê-lo nesse nível?
Sinto falta de quando fazia esportes. Meu favorito era vôlei e ninguém achava que eu era capaz, pela altura. Acontece que eu amava fazer isso e, não sei se por esse motivo, ou por qualquer outro, mas eu pulava suficientemente alto para alcançar o topo da rede, mesmo não gostando de ser aquela que finaliza a jogada do time. Como líbero, modéstia, eu me achava excelente. Não tinha bola no chão. Não tinha ace.
Saudades brutalidade.
Hoje minha única agilidade é na digitação e no comer (doces). Sinto como se eu fosse um daqueles caras que era gato na faculdade, mas que mudou e adquiriu aspecto nojento depois de homem. Não que eu tenha sido a mais requisitada no colégio, mas dane-se. Eu era desportista.
E escrever, então? Gente, em que mundo estou que me tornei isso? Não conheço escrever cinco míseras páginas num único dia. Quem não acompanhou minha fase de escritora furiosa, pode imaginar que cinco páginas por dia é muito. Mas não se engane. Já valeu muito a pena desperdiçar meu dia inteiro em frente ao pc, preenchendo trinta, quarenta páginas. Pouca gente sabe COMO sinto falta disso.
Escrever foi outra coisa que os "deveres" da vida me tiraram. Podem pensar, à vontade, que perdi o dom da escrita por vontade própria. Apenas não esqueça de que os músculos que você não usa atrofiam. E acredito nisso sobre exercícios cerebrais - e não estou falando de habilidades cognitivas.
E cá estou, fazendo minha fisioterapia. Deveria ser diária, mas os "deveres" da vida não dão trégua e acabo flagrando-me surpresa por "estar cansada demais para escrever". ONDE ISSO ACONTECIA ANTIGAMENTE? Escrever era meu grito, meus gemidos, minhas lágrimas, minhas explosões de felicidade.
Não deixe que as necessidades impostas pela vida acabem com aquilo que você mais gosta de fazer. Não interessa se você tem dom. Não interessa se os outros dizem que é ridículo demais para ser alcançado. Chega do imposto pelo bom senso, não? Até porque ele, por vezes, é intolerante demais conosco.
Estou ouvindo a música do Frozen sem nunca ter assistido o bendito filme. E não sei exatamente por que raio de motivo achei que seria relevante escrever isso. Mas escrevi por ímpeto. Era assim que era antigamente. Pode ser assim de novo. Afinal, let it go, let it go ♪, né?
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